Inteligência artificial. Futuro das aulas está a mudar e jovens são protagonistas

A inteligência artificial está a transformar a forma como aprendemos, ensinamos e até como pensamos. Mas será que estamos preparados para esta revolução nas escolas e universidades?

Nuno Patrício - RTP /
Foto: Mimi Thian - Unsplash

Um estudo da Google divulgado esta sexta-feira acredita que sim e revela que o problema não reside apenas na utilização da IA em si, mas no facto de estarmos a ignorar a verdadeira oportunidade de integrar ferramentas digitais na aprendizagem de uma forma responsável.

Uma das capacidade do ser humano é a aprendizagem e utilização dessa aptidão cria desenvolvimento social e económico, mas infelizmente não só. E subvertemos esta mesma competência para contornar regras.
 
Foto: Marvin Meyer - Unsplash
Inteligência humana e artificialidade da inteligência

Desde os tempos da imprensa até à atual era digital, a tecnologia tem ajudado a espalhar conhecimento. Agora mais ainda, com o acesso universal e uso da inteligência artificial (IA). 

Estamos mesmo a entrar numa nova fase, pois aprender pode tornar-se mais fácil, rápido e personalizado.

Mas nem tudo são boas notícias. Ainda há milhões de jovens sem acesso a uma educação de qualidade e a falta de professores não é só um problema português, mas global. Segundo a UNESCO, serão precisos mais de 40 milhões de professores até 2030 para responder às necessidades educativas atuais.

E se a capacidade humana passa pela aprendizagem, independentemente da forma como o conhecimento é transmitido, a inteligência artificial pode fazer parte do lote de ferramentas que o ser humano utiliza para transmitir e fazer chegar o conhecimento a todos.
 
Foto: Desola Lanre-Ologun - Unsplash

E se os livros ou a transmissão oral são ferramentas de ensino, a IA também o é, como tutor virtual, com explicações adaptadas ao estilo de aprendizagem e traduções automáticas. 

A IA pode ajudar a aprender melhor seja matemática, história ou mesmo aréas mais avaçadas como computação ou programação.

Além disso, os professores também podem ter a ganhar com esta tecnologia. De acordo com o estudo da Google, a IA pode ajudá-los a preparar aulas, corrigir trabalhos, criar conteúdos mais interessantes e até conseguir mais tempo para apoiar os alunos pessoalmente.

Foto: AIA image | Science Photo Library via AFP

Mas atenção, pois há riscos. Isto porque a ferramenta digital IA pode dar respostas erradas. 

Estes erros surgem porque a informação é feita com base em todos os dados digitais disponíveis na internet. Ou seja, informações corretas, com fontes oficiais, mas também muita informação falsa, incluindo a designadas fake news, colocadas com o intuito de enganar ou manipular quem consulta conteúdos.

E depois há também quem use estas ferramentas para fazer batota nos trabalhos. Por isso, é importante saber usar a IA com responsabilidade e espírito crítico.

Foto: BoliviaInteligente - Unsplash

Neste sentido, a Google refere estar a desenvolver várias ferramentas educativas com recurso à IA, como o Gemini e o NotebookLM, e quer garantir que estas tecnologias são seguras, úteis e acessíveis a todos. Para isso, está a trabalhar com escolas, universidades e especialistas em educação.

Com o futuro da educação a mudar, a inteligência artificial vai passar a ser inevitavelmente  uma ferramenta de ensino essencial, mas não vai substituir os professores. Por certo vai poder ajudá-los. 

Para os alunos, esta ferramenta digital surge também como uma oportunidade de aprendizagem, de forma mais acessível, inteligente e personalizada.
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